sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Aprendendo com Pablo Picasso

Olá pessoal,
Apesar de ainda estarmos desenhando a partir de modelos, resolvi postar esses vídeos em nosso blog, afim de que vocês acompanhem o processo e observem o resultado de desenhos feitos com uma gestualidade mais solta e desinibida. Os vídeos abaixo mostram Pablo Picasso desenhando. Certamente tamanha liberdade exige um rigoroso conhecimento do desenho, bem como seu subseqüente desenvolvimento como expressão singular do artista. Mas vale aqui notar a desenvoltura com que ele realiza seu trabalho, a "soltura" dos traços que não se atém cega e duramente a uma imagem pré-concebida. O artista segue desenhando livremente, e os próprios traços e formas que ele fez anteriormente vão lhe sugerindo o que fazer depois. Certamente ele parte de alguma representação (ainda que imaginária), mas é capaz de se deixar levar pelo próprio caráter formal do desenho, traços, formas, cor, etc.






Abraço a todos!

5 comentários:

  1. tudo bem que é PICASSO,mas tem um momento que me parece que ele ta estragando tudooo. Rss,santa ignorancia...de qualquer forma o processo é mto lindo,quanta coragem no traço,qta leveza e liberdade.E interessante que pro observador,a principio parece que ele não tem nada em mente,é como vc disse cada traço é que determina o seguinte,o todo vai se formando por partes e no final:BOOOM,TA LÁ A OBRA DE ARTE. VIVA PICASSO!!!

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  2. Olá Henrique! Nem precisa do "tudo bem que é Picasso", pois até mesmo ele - quem diria! - é passível de sofrer críticas, como de fato ocorre entre muitos críticos de arte. Inclusive, desde que nos esforcemos para compreender um determinado artista ou obra, num primeiro instante, as críticas são sempre uma postura mais fértil do que a simples afirmativa. No caso desses trabalhos, concordo com você que há momentos em que ele parece "passar do ponto", como se começasse a "estragar" seu próprio trabalho. Mas isso é normal quando acompanhamos o processo do trabalho de outra pessoa, pois tendemos a projetar no trabalho dele o que seria bom segundo nosso próprio juízo. Seja como for, eu notei isso que você falou mais nitidamente no primeiro vídeo, onde ele sobrepõe com uma massa negra diversas linhas bastante graciosas... notemos, porém, que seu ambiente de desenho nesta ocasião era bastante escuro (o vídeo completo está no youtube). Ao modo de muitos de seus desenhos e gravuras, ele tenta transmitir esse ambiente onírico e ao mesmo tempo dramático, com muito escuro. Bons e belíssimos exemplos estão em sua Suite Vollard (vale digitar esse nome no Google Images e conferir alguns trablhos). Depois comente o que você achou. Um abraço!

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  3. Marco,acabo de visitar "Suite Vollard".Tô pasmo!!! É forte,perturbador e particularmente inquietante( o minotauro sempre me atraiu)misto de pavor e desejo,hahahaha...O mais legal,foi ter visto exatamente após a aula de hj.Ficou mais claro p mim.Então a arte está na relação que o artista estabelece entre ele(seu mundo,sua historia,sua emoção)e o outro(outros mundos,outras historias,outras emoções).Afinal Picasso sabia muito bem o "frisson" que aquelas gravuras iriam provocar na moçada da época.E mesmo assim ele as fez!kkkkk.Corajoso.É preciso mirar o abismo(da alma)e não ter medo de se jogar.Muitíssimo grato por mais esta experiencia... Puro deleite!

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  4. Marco,eu vi a Suite Vollard ontem mesmo logo apos a aula. Fiquei estarrecido!!!Entendi bem qdo vc afirma sobre o poder da arte,em mudar o curso de uma vida,da própria história( mudou a minha).O minotauro sempre habitou nos porões de minha alma(misto de pavor e desejo)e reforça minha crença de que o artista não é apenas um ser livre(em seu processo criativo),mas também um corajoso arauto de uma verdade que vai além de conceitos pré-estabelecidos.Ela é na verdade geradora de conceitos.Choquei!!!

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  5. Incrível demais, não é? Tive o prazer de observar essa suíte ao vivo, no Palacio das Artes. Também me impressionou muito... Picasso tem uma pintura muito viril, não hesita em deixar tensões explicitas de qualquer ordem, seja sexual, política ou da própria linguagem do desenho, onde linhas ora suaves ora intrincadas explicitam contrastes que o artista incrivelmente consegue harmonizar, ainda que se trate de uma harmonia tensa. Conseguir expressar isso em linguagem artística é sem dúvida um feito notável. E extremamente comovente.

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